quarta-feira, julho 21

Sacred Insanity


This insanity comes from the emptiness
and brings my head back from the clouds,
forcing me to recall your words,
your eyes,
your desirable love,
and i feel like
all stars could fall from the sky
and all gods could fall from even...
No tragedy would be worse
than  the impossibility of being with you
again.



sábado, julho 17

Imperícia


Triste insuficiência.
Posso encostar os braços em qualquer corpo,
suspirar onde tu não estás,
e tudo o que vem é a loucura
da tribulação.
Quando tu não estás,
quando tu não estás é ver-te ao longe
ruínas vivas por entre o fumo
os teus olhos fechados a travar um sorriso
impedindo-me de traçar qualquer castigo.
Diz-me,
porque é que os barcos fogem do mar
e as pessoas temem o amanhecer?
Também eu às vezes sem querer,
eu penso que te vou perder,
e que os dias ocuparão o meu lugar em ti,
e seguirás a vida, fugirás da morte,
e largo o mundo num segundo
sem ter para onde correr.
Hoje,
pode a lua faltar num abraço
pode o sol não nascer num sorriso,
que ficarás para sempre como esfera
a deslizar em mim sem equilíbrio,
e se a terra tremer entre os meus pés
vou bradar aos céus que pude um dia
amar-te sem crer que me trairias.


quinta-feira, julho 15

Dedicatória
(para os meus amigos e para quem é de direito)


Só a certeza de um medo sublime
a partida - enevoada pela tua beleza
capaz de talhar qualquer inocência.

Já guardo para mim as palavras,
num egoísmo funesto
de quem não sabe o que levar,
e os dias elevam-se numa exactidão atroz
tentando preencher a memória,
pois sem ti
não há o que recordar.

E na minha memória
aquele hotel diz-se num lance de escadas,
a carpete puída em cada focinho,
onde enlaçámos os dedos num movimento regrado
e largámos as malas antes de subir.

segunda-feira, julho 5

Acerca-te


Não me deixes
desistir de amar todas as rosas
que cuidadosamente plantei no teu quintal
e vi brotar dia após dia,
nem que o céu se encha de negro
e ameace cair sobre o orvalho
e as rosas pareçam murchar de tristeza
expelindo espinhos sobre o meu peito.
Não deixes
que os dias conservem as horas
da infinita queda de um qualquer fado
e esbatam as cores de todas as pétalas
cobrindo-as de pó,
para que nem da tua respiração se apercebam.
Não me deixes - por favor não me deixes
sujar-me de terra, e lama, e esterco
para ver-te chegar a sorrir à janela,
mãos limpas e cabelo à solta,
a chamar-me num canto
com um elogio nos lábios.
Anda,
esquece a loucura - pois se tudo é efémero
e entrega-te à terra de unhas fincadas
e não deixes que morra antes do tempo
a mais frágil de todas as rosas.