quarta-feira, novembro 4

So old yet so new - Your eyes are a strange place


It’s time like these,
when the entire moon perspires on car windows
and the sun reappears over-filling the ashtray,
that I remember I am made of the same flesh as all men
and that any slip-up can be fatal,
capable of, in an enchantment,
stealing portions of integrity.
For if when we leave for a place that’s far from everything
flying for any distant world,
and open our wings certain of ourselves,
laughing at the loneliness that ceased to exist,
comes destiny (or something else we’ve ceased to believe)
and undoes the volatile
forcing us to recall, if but for an instant,
that we are flesh
and blood
and arteries that flare when they pump
this strange substance that burns with a look,
and makes the heart trigger
in a second larger than eternity.

terça-feira, outubro 13

Tu roubaste - eu vi - tu roubaste. E embora ele não o tivesse feito, e no meio do desespero que é ser acusado por quem se ama, ainda se tentasse explicar com tudo o que entendia por real. Vai à tua vida - vai à tua vida que eu vou à minha. Mas nem mesmo uma palavra a menos poderia evitar o céu de se abater sobre ele. E que nuvens tão pesadas, tão escuras. Nuvens verdes. Surreais. Tantas vezes quis ele provar e acabou ele sem certezas, tantas vezes. E mesmo quando nada parecia valer, o dia não vinha e os olhos inchavam ele gritava justiça com todo o seu amor. Amor. O que é isso o amor? Não, também nunca lhe ensinaram o que é o amor. E ao fim ao cabo, mesmo quando ele pensava já o saber, caía sempre mais uma nuvem. Ah, então é isso - é eu dar e não receber - é eu dar e ainda ser acusado de o roubar. Então é isso - não me atires areia para os olhos - eu vi. Então viste sozinha. Não me faças de parva. Eu é que andei a fazer figura de parvo. Talvez o ódio seja realmente o sentimento mais próximo do amor. Acusá-lo de algo que nunca faria. E espalhá-lo a toda a gente. Eu sei que nunca o farias. Não vale a pena. Quero é que ela - . Quero é que ela -. Não digas, mantém-te íntegro. Sei que não a queres ver nem com um atestado de sanidade e que o ódio de agora não ajuda. Tanto tempo perdido. Tanta luta infrutífera. Tantas provas não vistas. Não, eu quero é que ela se -. Não digas. Mesmo que ela o mereça por dizer aí o que inventa. E a toda a gente. Mas não digas. Cala-te e dorme até a primavera chegar.