segunda-feira, abril 19

Shadow


Há uma morte certa
repleta de insucesso
idêntica ao escoar das águas nas barragens.
Foi só mais uma noite escura
iluminada por um olhar,
e um sorriso capaz de saltar obstáculos
e vencer oceanos
revoltos pela ferocidade da lua.

Aqui,
onde nunca estás,
o sangue sopra nas feridas há muito cansadas
pelo deslumbramento,
e os teus passos geram uma exactidão atroz
na confusão das horas,
uma calma,
um silêncio que verte pelo peito,
que me come a boca,
os dentes,
e me faz esquecer a razão.

Em sombra.
Deixa-me viver em overdose
deixa-me observar-te enquanto dormes
esquecida no teu próprio sono.