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Não te sei dizer do tempo,
nem sei contar as horas que levei
em congestionamento,
numa estrada onde só
a insuficiência me cercava.
Não te sei dizer do tempo que levei
até alcançar os teus olhos,
lembro-me apenas que a primavera
se parecia antecipar nas tuas mãos,
e que os teus dedos eram raios de luz
que me queimavam a pele.
E os teus olhos,
esse lugar estranho,
faziam o coração disparar
e todas as palavras que te escrevi
eram tuas,
plenas de uma certeza que só tu
me conseguias transmitir.
Lembras-te quando me procuraste
com os olhos baços de arrependimento,
crente de que havíamos errado?
Hoje,
as tuas palavras não contam mais.