quarta-feira, setembro 13

externu

Ontem à noite quis afogar-me nos teus lábios. Pintá-los gota a gota de desejo vivo. Gravemente, lentamente, desenhando rios de ternura. Será que o posso dizer assim, amor, que tudo o que nos é externo se poderia apagar? Ontem à noite quis afogar-me nos teus lábios. E dizê-lo assim, que nada importa, e que tudo o que existe se suspende na tua boca, como se violentamente o amor nos arrancasse o medo e, sem enfraquecer, nos consumisse o ar.