quinta-feira, junho 19

Sei de ti na memória


Tão profundas são as memórias da noite...
Não te conheço mas sei.
Sei como o teu corpo repousava nos meus braços.
Sei o que pesa e como se move.
Sei da textura dos teus cabelos.
Sei como respiras e sei como dormes.
Não te conheço e escapas...
Não te conheço mas povoas as minhas noites.
Já não durmo, apenas me estendo na cama descompensado.
A noite... A noite... Devolve-me a noite.
O ar falta neste tempo que me foge.
Tenho sede dos teus lábios.


João Ganilho