just vulnerable
encontro-me no desconforto
e subitamente desconheço-me;
a chuva
– outra vez a chuva no meu telhado –
outra vez a vontade de desvanecer
num estado amoral
solitário
(totalmente só)
ninguém;
outra vez a chuva no meu telhado
a escorrer pela garganta
a estalar as unhas
a bússula
e a cobrir a almofada de um desespero
de quem quer só saber de que é feito o medo
do que serão feitas as coisas que nos levam a um fim
quando nunca antes iniciadas;
depois
o orgulho a ranger nos ossos
a desilusão
por não saber calar a vulnerabilidade