não quero explicar a razão das manchas que cobrem o pecado, ou da salpicadura do sal que se larga na carne - não vou explicar - por favor, não me peças para explicar o que as minhas mãos entornam quando te deitas no segredo dos cantos de quem um dia foste, ou de como te agitas no teu próprio turbilhão. peço sempre por favor e mesmo assim a ternura ataca-me. um café por favor, cigarros por favor, abraça-me por favor. peço sempre com ternura e às vezes temo que a ternura mate. e largo das mãos as palavras nesta tristeza estranha de quem esquece que ninguém quer o que não entende. e até mesmo nas palavras eu sei que a loucura é um pé-de-vento que se aproxima. por favor, não me peças para explicar. deixa-me antes tentar entender.