- Continuo à procura.
- À procura do quê?
- Da felicidade.
- Sabes ao menos onde procurar?
- Não sei, acho que na purificação das coisas, no seu estado mais próprio.
- Olha que não é por aí...
- Estás a querer dizer que a felicidade necessita de promiscuidade, confusão?
- Não, não. Só não me parece que seja assim tão inocente e límpida. A felicidade não é genuína, não nos é legítima. Está longe de ser algo exacto.
- Exacto? Mas porque não? Porque é que não nos há-de ser legítima?
- Simplesmente porque não é tua.
- Não é? Então não posso obter a minha própria felicidade?
- Não, porque ela não te pertence. Não és tu que tornas as coisas felizes, são elas que te tornam, a ti, feliz. Isso pertence-lhes a elas, não a ti. A felicidade não é de ninguém. Essa ilusão é criada pela sensação de bem estar, por um estado de alma.
- Porque é que tens sempre que me contrariar?
- Eu não te contrario.
- Contrarias sim. Tens uma capacidade castradora alucinante!
- Mas perdes logo assim a razão, é?
- Vai dar uma volta!
- Já dei...
Clapham at night time, lights wash the pretzel store, and - we're still there, my love
domingo, abril 27
Fragmentos