guardado
às vezes não sei o que dizer e fico com as palavras. olho só. para ti. lá fora, para o teu cabelo em equilíbrio quando atravessas a estrada. no jeito sinuoso de quem vence o vento. ou quando no estado terno do teu sono te encontro no meu peito. às vezes há coisas que nunca digo e espero que não morram. como se dizê-las fosse quebrá-las, roubar-lhes magnificência. há coisas que não digo, mas nunca esqueço: a casa que são as tuas mãos, a tua mão sobre a minha mão. os teus olhos a chamarem-me, o teu sorriso a invadir-me. perguntas em que penso e eu digo penso em nada. como se o nada cobrisse a mente e o pensamento de quem ama. como se o nada fosse maior do que o nada em que o mundo se torna. não quero dizer. não quero dizer todas as imagens, ou todos os tons da tua voz que ainda não sei como escrever. não sei escrever as tuas mãos, não posso escrever as tuas mãos. não posso escrever o beijo.
às vezes não sei o que dizer e fico com as palavras. olho só. para ti. lá fora, para o teu cabelo em equilíbrio quando atravessas a estrada. no jeito sinuoso de quem vence o vento. ou quando no estado terno do teu sono te encontro no meu peito. às vezes há coisas que nunca digo e espero que não morram. como se dizê-las fosse quebrá-las, roubar-lhes magnificência. há coisas que não digo, mas nunca esqueço: a casa que são as tuas mãos, a tua mão sobre a minha mão. os teus olhos a chamarem-me, o teu sorriso a invadir-me. perguntas em que penso e eu digo penso em nada. como se o nada cobrisse a mente e o pensamento de quem ama. como se o nada fosse maior do que o nada em que o mundo se torna. não quero dizer. não quero dizer todas as imagens, ou todos os tons da tua voz que ainda não sei como escrever. não sei escrever as tuas mãos, não posso escrever as tuas mãos. não posso escrever o beijo.