domingo, fevereiro 5

procelas



sempre ouvi dos outros que há sonhos que acordam da tempestade que causam. e eu lembrava-me da infância, dos lobos e dos mantos de neve que me impediam de fugir. mamã, mamã, tive um sonho, mamã. e não dormia, mãe, não dormia se não viesses e me abraçasses. e se te mexias ou dizias ir, a minha cama era o isco no meio da alcateia. e eu não dormia. não dormia e não imaginava que às vezes há medos que nos acordam em ferida, e que os lobos voltam com a capacidade de despertar temporais. até ontem, mãe. até ontem desconhecia.