quinta-feira, maio 8

Fragmentos

- Começo a sentir-me excessivamente farta deste torpor.
- Qual torpor?
- Esta inércia.
- Mas estás a falar do quê, de ignorância ou de inacção?
- Sei lá.
- (...)
- Estou a falar deste estado em que estou, em que faço, faço, faço e fico sempre com a sensação que não fiz foi a ponta de um corno..!
- Ah!
- É um bocado ingrato não achas?
- Acho que tens muita coisa a esquecer...
- Eu queria.
- Eu também.
- Sabes o que é tentares a concentração, focares bem um objectivo, e quando dás conta já tudo se desvaneceu, já o teu olhar se dissipou completamente no infinito? Por mais que eu me tente recolher, as minhas ideias seguem todas o mesmo fim. É aterrador.
- Já sabes o que dizem do tempo, não sabes?
- E daí? Também dizem muitas merdas de mim e mais de metade não são verdade.
- Claro, claro.
- “Claro, claro”... quem não te conheça que te compre.
- Ya, já estou farto de te aturar.