quinta-feira, abril 15

Painted desert


No princípio da incerteza
o mundo começa a tombar,
e as árvores tremem de uma insensatez
idêntica ao quebrar do gelo
nas tuas mãos.

Foi só o tempo,
só o tempo que trouxe as lágrimas
e toda esta escuridão
que esconde o horizonte,
nada como
quando me davas o alento do teu corpo,
sempre o teu corpo de encontro ao meu,
como quando todas as estradas
pareciam verosímeis de percorrer,
como que compostas em pauta
pela embriaguez de uma qualquer música,
todas para o mesmo destino,
um destino colorido por um pincel
mergulhado em sonhos.

Lembras-te quando sonhávamos
e acordávamos felizes,
com a cor dos olhos?

Agora,
já só sei pintar o horizonte.