quinta-feira, fevereiro 10

Parabéns, A.


Estás tão longe e tão perto, e tenho tanto para te dizer.
Mas todas as palavras são poucas para te escrever,
e todas as letras não chegam para contar tudo aquilo que és.
Tantas vezes quis dizer-te,
contar-te, e tantas vezes preferi o silêncio,
calando para mim as palavras,
fechando-as no mundo do medo e da distância.
Não sabia explicar.
Às vezes o destino leva-nos por caminhos que, quando contrariados,
baralham e entristecem vidas, e só não quis baralhar mais as nossas.
Hoje, só posso dizer
que és das pessoas mais bonitas que sei existirem,
que desde que te conheci que encheste os meus dias de sorrisos,
vida,
e de um alento que só os teus olhos me conseguem trazer.
Nunca disse, nunca disse. E todos os dias ainda foram poucos.
A., por tudo o que és,
se um dia alguém me disser que não sabe o que é o amor,
eu vou dizer que o amor é o teu nome.
O amor é o teu nome.

Segredo


Guardo um lugar entre os dois braços em elo
para impedir o estilhaçamento,
e sempre um bolso vazio
onde tento esconder a noite.
Agora,
o vento parou e as horas adormecem nos relógios,
e a serenidade do sono preenche a vulgaridade.
Queria que soubesses
que todo este tempo procurei a razão
para tudo aquilo que dizem estar escrito,
o tempo
as horas
os teus olhos
o beijo que me pediste
os beijos que me roubaste,
e tudo se perde em sentido
pois se tudo o que foi escrito foi isto
que quando a manhã caísse
só voltarias à minha memória
- só os teus olhos nos meus olhos fechados -
e um vazio no horizonte.