quinta-feira, fevereiro 10

Segredo


Guardo um lugar entre os dois braços em elo
para impedir o estilhaçamento,
e sempre um bolso vazio
onde tento esconder a noite.
Agora,
o vento parou e as horas adormecem nos relógios,
e a serenidade do sono preenche a vulgaridade.
Queria que soubesses
que todo este tempo procurei a razão
para tudo aquilo que dizem estar escrito,
o tempo
as horas
os teus olhos
o beijo que me pediste
os beijos que me roubaste,
e tudo se perde em sentido
pois se tudo o que foi escrito foi isto
que quando a manhã caísse
só voltarias à minha memória
- só os teus olhos nos meus olhos fechados -
e um vazio no horizonte.