quinta-feira, julho 15

Dedicatória
(para os meus amigos e para quem é de direito)


Só a certeza de um medo sublime
a partida - enevoada pela tua beleza
capaz de talhar qualquer inocência.

Já guardo para mim as palavras,
num egoísmo funesto
de quem não sabe o que levar,
e os dias elevam-se numa exactidão atroz
tentando preencher a memória,
pois sem ti
não há o que recordar.

E na minha memória
aquele hotel diz-se num lance de escadas,
a carpete puída em cada focinho,
onde enlaçámos os dedos num movimento regrado
e largámos as malas antes de subir.