domingo, agosto 14

desejo


à noite, todas as noites um arrepio gélido corre-me pelo corpo
uma lembrança ingrata e queria tanto dizer-te,
queria tanto dizer-te que ainda ontem fui ter contigo
e tu sorriste e desviaste o olhar e o meu peito ardeu,
como daquela vez em que acordei à noite
e não tirei os olhos de ti até acordares
como se soubesse aquela noite a última noite,
quando a terra abriu quando o dia veio
para me largar na noite e na escuridão à tua falta
e queria tanto dizer-te, tanto
que agora quando tudo é dia
só lembrar-te a ternura e o peito arde
a desejar um abraço antes da partida