quinta-feira, dezembro 29

inclinação.da alma

o meu sangue está mais vermelho, e ígneo corre entre a carne e os tendões que se incendeiam nos teus dedos. tu és a força que me irrompe o peito e esgota o mundo de tudo o que existe, e assim tenho os meus dias. como se o teu rosto e o meu rosto formassem uma barragem e tu, como o princípio das coisas, nos enchesses de ouro. ou chegada a noite me talhasses o sono com a respiração e num coágulo te prendesses na minha garganta. o tempo não basta. eu já não durmo. e pacientemente espero que as horas durmam.