domingo, novembro 23

Assalto


Tantas vezes quis dizer amo-te e não disse.

Tantas vezes quis ouvir da tua boca que o amor não acaba como acabam os barcos no infinito, quis abraçar-te num pranto e só deixei cair os braços no desespero de uma conformação por algo que eu sabia efémero, mesmo quando me davas a mão e dizias amo-te, ou quando me abraçavas e me prometias o amanhã.
Quantas vezes quis pedir-te para não deixarmos o tempo secar o orvalho das manhãs, nem as ondas apagarem as nossas pegadas.
Tantas vezes perguntei o que é o amor? e ninguém me soube responder... E afinal o amor é só isto: uma alma assaltada e um coração roubado.

E podia muito bem ter dito já que me assaltaste a alma, toma bem conta do meu coração.