domingo, julho 17

pouco a pouco menos um pouco


aqui, onde o sol nunca enternece
o sexo pousa inclinado sobre os telhados
e as memórias mergulham fundo atravessando o meu ventre
e choro a minha cidade na palavra saudade
onde sempre, e tal como tu me disseste
perdemos os dias e o ganho das horas
e todas as conquistas parecem ingratas
aqui, choro esta terra perdida em excessos
no veneno do corpo nos poros da pele
vencer mais um pouco um pouco a cada dia
e morrer mais um pouco à hora de dormir