sexta-feira, setembro 9

guardado entre mãos


nunca fui diferente
quando o que é ser diferente não existe na diferença,
numa única cidade uma rapsódia de cores
numa única cidade e todos os pecados num só
onde as minhas mãos foram tantas mãos,
desde a mala vermelha a deslizar pela estrada
e os óculos escuros a esconder as lágrimas,
depois do medo das ruas, e do terror da saudade
de me perder nos teus olhos e adormecer em mim,
[aqui]
nunca fui diferente e sempre fui diferente
e devagarinho agora, sem areia nos pés
a espreitar o passado e a recordar sorrisos
[mesmo que seja breve]
vou regressar a mim