sábado, abril 30

o meu o teu o fim


Um livro aberto:
Folhas presas, dedos soltos, o tempo da espera.
Palavras sumidas, escondidas num qualquer canto propositado
- palavras que se restringem, e a memória que escorre -
outros livros, outras letras,
páginas que se colavam aos dedos na fúria de serem lidas.
Um livro por fechar:
O tempo de partir.
Tempo de largar os óculos e deixar de tentar ler o que não pode ser lido.
Um início restrito - um meio para um fim.
Cedo,
quando a noite vier,
vou voltar para os meus braços
e esperar que o amanhecer me devolva o exemplo das águas.
Assim, após cada queda e fiel ao meu caminho,
atingirei o meu fim.