sexta-feira, outubro 14

quase sem


E se agora te dissesse que nem mesmo o engano te levou do meu sono – ou te falasse da imensidão do escuro à tua ausência – decerto pensarias que alucino. E às vezes mesmo eu fecho os olhos e cerro os dentes com força à espera que a angústia vá. À espera que a angústia vá, e ela nunca vai. Ou então que venha o inverno, devagarinho, e faça nevar por toda a cidade, para pedir que me recebas só mais uma vez com um cobertor nas mãos, com um sorriso nos lábios. Para que te rias novamente de mim por não me ter importado com a chuva e me abraces, me abraces muito.