terça-feira, julho 8

Tempo


Às vezes lembro-me dos teus olhos, e o mundo treme. Às vezes lembro-me do teu sorriso, das tuas mãos, e o nexo torna-se desconexo. Às vezes não acredito em nada e sinto raiva de tudo, do mundo, de ti. Estremeço. Sinto uma saudade tão grande do que tinha por ser feliz, dos teus braços, da paz que criei em mim.

Quando o chão treme, lembro-me que pode nada ser eterno e tento o equilíbrio. Esqueço-me do desconexo e não dou importância ao sentido. Esqueço-me do mundo, de ti, de quem nós éramos, rasgo a saudade e solto o desespero. E só depois me recordo que foi assim que eu quis... foi este o caminho que escolhi, mesmo estando eu há tempos no teu lugar, mesmo sabendo que fui feliz nos teus braços. Porque o tempo não volta nem apaga tudo o que já foi dito ou feito.
O tempo não volta.

O tempo não volta e não sei dos meus pés para andar.