pouco a pouco menos um pouco
aqui, onde o sol nunca enternece
o sexo pousa inclinado sobre os telhados
e as memórias mergulham fundo atravessando o meu ventre
e choro a minha cidade na palavra saudade
onde sempre, e tal como tu me disseste
perdemos os dias e o ganho das horas
e todas as conquistas parecem ingratas
aqui, choro esta terra perdida em excessos
no veneno do corpo nos poros da pele
vencer mais um pouco um pouco a cada dia
e morrer mais um pouco à hora de dormir
Clapham at night time, lights wash the pretzel store, and - we're still there, my love
domingo, julho 17
segunda-feira, julho 11
dedicatória

onde quer que estejas agora
sei que me ouves neste meu silêncio
a pedir que voes alto nesse azul eterno
onde é sempre dia e nunca anoitece
e só pode ser assim
só pode ser assim esse sítio que tantos dizem
melhor que este
- tão bonito como tu -
e na minha memória eternamente
eu pequenina, tu cheia de amor
a abrir o armário e a oferecer-me um chocolate
as tuas mãos eternas os teus olhos doces
descansa agora avó e dorme o teu sono
connosco em todo o tempo todo o teu amor

onde quer que estejas agora
sei que me ouves neste meu silêncio
a pedir que voes alto nesse azul eterno
onde é sempre dia e nunca anoitece
e só pode ser assim
só pode ser assim esse sítio que tantos dizem
melhor que este
- tão bonito como tu -
e na minha memória eternamente
eu pequenina, tu cheia de amor
a abrir o armário e a oferecer-me um chocolate
as tuas mãos eternas os teus olhos doces
descansa agora avó e dorme o teu sono
connosco em todo o tempo todo o teu amor
sexta-feira, julho 8
quarta-feira, julho 6
de olhos fechados
Tive o teu corpo esta noite: o teu corpo entre os meus braços; um corpo frágil que imitava o vento no meu.
Tu: nos meus braços outra vez; um corpo magro mais doente que nunca; foram só as lágrimas e o sorriso sincero (a felicidade entre os teus lábios) onde estiveste este tempo todo? o que te fizeram, que aconteceu?
Nos teus braços: não, nos meus braços, ou os teus braços nos meus braços; num abraço; digo se precisares de alguma coisa sabes que podes contar comigo, e num sorriso afastas-te como se o orgulho fosse mais forte.
Tive o teu corpo esta noite: a noite toda, acho; tive o teu corpo esta noite depois de chegar a casa; quando antes no posto dos correios julguei ver-te com um saco azul na mão à minha procura; quando antes no posto dos correios me rendi à razão que tanto procurei e só em ti achei; na recordação, na ilusão.
Tive o teu corpo esta noite: toda a noite entre os meus braços; e a manhã levou-te.
A manhã levou-te e deixou só a loucura que acontece no sono.
Quanto tempo mais.
Tive o teu corpo esta noite: o teu corpo entre os meus braços; um corpo frágil que imitava o vento no meu.
Tu: nos meus braços outra vez; um corpo magro mais doente que nunca; foram só as lágrimas e o sorriso sincero (a felicidade entre os teus lábios) onde estiveste este tempo todo? o que te fizeram, que aconteceu?
Nos teus braços: não, nos meus braços, ou os teus braços nos meus braços; num abraço; digo se precisares de alguma coisa sabes que podes contar comigo, e num sorriso afastas-te como se o orgulho fosse mais forte.
Tive o teu corpo esta noite: a noite toda, acho; tive o teu corpo esta noite depois de chegar a casa; quando antes no posto dos correios julguei ver-te com um saco azul na mão à minha procura; quando antes no posto dos correios me rendi à razão que tanto procurei e só em ti achei; na recordação, na ilusão.
Tive o teu corpo esta noite: toda a noite entre os meus braços; e a manhã levou-te.
A manhã levou-te e deixou só a loucura que acontece no sono.
Quanto tempo mais.
segunda-feira, junho 6
overdose
um quadro em branco
- aquilo em que te tornaste -
uma tela branca de sonhos rasgada
em lugar nenhum,
em nenhum olhar;
todas as noites te pinto e todas as noites te agarro
- as mãos o cabelo -
e acordo assustada;
não entendes o sonho
não entendes o nada,
não entendes o sangue ou as feridas que abrem;
todas as noites te pinto e todas as manhãs te rasgo,
um quadro em branco
- a memória entornada -
escondi os pincéis em overdose de tinta;
desejei não seres nada
um quadro em branco
- aquilo em que te tornaste -
uma tela branca de sonhos rasgada
em lugar nenhum,
em nenhum olhar;
todas as noites te pinto e todas as noites te agarro
- as mãos o cabelo -
e acordo assustada;
não entendes o sonho
não entendes o nada,
não entendes o sangue ou as feridas que abrem;
todas as noites te pinto e todas as manhãs te rasgo,
um quadro em branco
- a memória entornada -
escondi os pincéis em overdose de tinta;
desejei não seres nada
quarta-feira, junho 1
quarta-feira, maio 25
a new place is gathered
I could say
look at what you’ve done
look at these wounds deep inside my chest
and at those blades which replaced your fingers
they seemed so bitter
and they seemed so sweet
covered with night reflections;
this – is what I’ve learnt
night it also sleeps
and there’s a weak barrier between sleep and madness
and only two sapphires could wake me up;
it is crazy
and it is sheer folly
when a man has to lick his own tears
when a man has to drink someone’s poison
to heal his heart
to clean his blood
and kill the pain that time can only ease;
I could say
but I don’t give a fuck;
I am no man
and I refuse to suffer
so I opened my chest in rage
and pulled my heart away;
now I’m only blades
and now I’m only knifes
so if you’re looking for an heart
please – stand back
‘cause a new place was gathered
and only poison you will find.
I could say
look at what you’ve done
look at these wounds deep inside my chest
and at those blades which replaced your fingers
they seemed so bitter
and they seemed so sweet
covered with night reflections;
this – is what I’ve learnt
night it also sleeps
and there’s a weak barrier between sleep and madness
and only two sapphires could wake me up;
it is crazy
and it is sheer folly
when a man has to lick his own tears
when a man has to drink someone’s poison
to heal his heart
to clean his blood
and kill the pain that time can only ease;
I could say
but I don’t give a fuck;
I am no man
and I refuse to suffer
so I opened my chest in rage
and pulled my heart away;
now I’m only blades
and now I’m only knifes
so if you’re looking for an heart
please – stand back
‘cause a new place was gathered
and only poison you will find.
terça-feira, maio 17
eu sigo o meu caminho
"(...)
Só eu sei quantas vezes fiz tudo para te ver,
só eu sei quantas vezes não consegui adormecer.
Só eu sei quantas vezes tentei respirar o ar que respiras,
sentir o que tu sentes, viver as duas vidas.
But i’m feeling good, espero que sintas o mesmo neste momento,
a vida são dois dias e ninguém pára o nosso tempo.
O teu sorriso passa tudo o que já eu tenha visto e é por isso que eu persisto.
Dá-me mais, quero mais, sempre mais, quero conhecer os teus ideais,
compreender para onde vais a seguir.
Mas por agora o melhor talvez seja eu estar bem sozinho.
(...)"
Expensive Soul - quero ver-te outra vez
"(...)
Só eu sei quantas vezes fiz tudo para te ver,
só eu sei quantas vezes não consegui adormecer.
Só eu sei quantas vezes tentei respirar o ar que respiras,
sentir o que tu sentes, viver as duas vidas.
But i’m feeling good, espero que sintas o mesmo neste momento,
a vida são dois dias e ninguém pára o nosso tempo.
O teu sorriso passa tudo o que já eu tenha visto e é por isso que eu persisto.
Dá-me mais, quero mais, sempre mais, quero conhecer os teus ideais,
compreender para onde vais a seguir.
Mas por agora o melhor talvez seja eu estar bem sozinho.
(...)"
Expensive Soul - quero ver-te outra vez
quarta-feira, maio 4
sábado, abril 30
o meu o teu o fim
Um livro aberto:
Folhas presas, dedos soltos, o tempo da espera.
Palavras sumidas, escondidas num qualquer canto propositado
- palavras que se restringem, e a memória que escorre -
outros livros, outras letras,
páginas que se colavam aos dedos na fúria de serem lidas.
Um livro por fechar:
O tempo de partir.
Tempo de largar os óculos e deixar de tentar ler o que não pode ser lido.
Um início restrito - um meio para um fim.
Cedo,
quando a noite vier,
vou voltar para os meus braços
e esperar que o amanhecer me devolva o exemplo das águas.
Assim, após cada queda e fiel ao meu caminho,
atingirei o meu fim.
Um livro aberto:
Folhas presas, dedos soltos, o tempo da espera.
Palavras sumidas, escondidas num qualquer canto propositado
- palavras que se restringem, e a memória que escorre -
outros livros, outras letras,
páginas que se colavam aos dedos na fúria de serem lidas.
Um livro por fechar:
O tempo de partir.
Tempo de largar os óculos e deixar de tentar ler o que não pode ser lido.
Um início restrito - um meio para um fim.
Cedo,
quando a noite vier,
vou voltar para os meus braços
e esperar que o amanhecer me devolva o exemplo das águas.
Assim, após cada queda e fiel ao meu caminho,
atingirei o meu fim.
domingo, abril 17
amanhã
Distúrbio:
um sorriso inquieto ao amanhecer.
O sol a brincar nos teus olhos.
Dizes acho que gosto demasiado de ti,
e um lugar estranho ocupa tudo aquilo que és.
Não te sinto perto – nunca te senti perto.
Pergunto sempre onde foste e nem sei de onde surgiste.
Nunca sei dos teus olhos.
Só a memória – restrita, ausente, incapaz.
Só a memória e o amanhã não existe.
E sei,
por todos os caminhos que vagueiam nas minhas mãos,
que o amanhã não existe e que amanhã não existes,
pois se me consumiste toda em insatisfação.
Nunca fui tua.
Tiveste-me entre mãos e eu nunca fui tua.
Vivi nos teus olhos, na tua cama,
rente ao teu corpo tantas vezes e tantas vezes me perdi.
Não preciso de ti.
Não preciso de ti.
Não preciso de ti assim como ninguém precisa de quem nunca se dá.
Assim como ninguém quer um fim traçado ao início.
Distúrbio:
um sorriso inquieto ao amanhecer.
O sol a brincar nos teus olhos.
Dizes acho que gosto demasiado de ti,
e um lugar estranho ocupa tudo aquilo que és.
Não te sinto perto – nunca te senti perto.
Pergunto sempre onde foste e nem sei de onde surgiste.
Nunca sei dos teus olhos.
Só a memória – restrita, ausente, incapaz.
Só a memória e o amanhã não existe.
E sei,
por todos os caminhos que vagueiam nas minhas mãos,
que o amanhã não existe e que amanhã não existes,
pois se me consumiste toda em insatisfação.
Nunca fui tua.
Tiveste-me entre mãos e eu nunca fui tua.
Vivi nos teus olhos, na tua cama,
rente ao teu corpo tantas vezes e tantas vezes me perdi.
Não preciso de ti.
Não preciso de ti.
Não preciso de ti assim como ninguém precisa de quem nunca se dá.
Assim como ninguém quer um fim traçado ao início.
meio-fim
Nunca poderás dizer que nunca me dei.
Nunca poderás ver os meus olhos,
perdidos de medo,
a jurar um prenúncio de morte.
Já não sei mais que a escolha gratuita dos homens,
que a vulgar tentação da carne rendida ao sol.
Perco-me por entre portas.
Perco-me em copos sujos, saliva oferecida,
sensação abrupta da tua ausência.
Só um sonho e uma ideia ao despertar –
palavras que escorrem do meu peito.
E pergunto, de punhos cerrados, se será isto o fim.
Ou então um começo, efémero enquanto pode,
de mover as pálpebras como quem encerra a noite num segundo.
Tu – és tudo aquilo que nunca me deste.
E eu sou o mundo que nunca terás.
.
Um dia – e tudo muda.
Nunca poderás dizer que nunca me dei.
Nunca poderás ver os meus olhos,
perdidos de medo,
a jurar um prenúncio de morte.
Já não sei mais que a escolha gratuita dos homens,
que a vulgar tentação da carne rendida ao sol.
Perco-me por entre portas.
Perco-me em copos sujos, saliva oferecida,
sensação abrupta da tua ausência.
Só um sonho e uma ideia ao despertar –
palavras que escorrem do meu peito.
E pergunto, de punhos cerrados, se será isto o fim.
Ou então um começo, efémero enquanto pode,
de mover as pálpebras como quem encerra a noite num segundo.
Tu – és tudo aquilo que nunca me deste.
E eu sou o mundo que nunca terás.
.
Um dia – e tudo muda.
um ombro - duas faces
Só a memória de um fogo incapaz:
um corpo que pulsa rendido, a tua pele branca
– pálida de incertezas –
um corpo afogado na confusão das areias.
Só o tempo se repete.
.
.
Ficaste a saber que o mundo também dorme,
que o mundo também dorme
e só a tua pele apaga as luzes da cidade.
Quando a tua cabeça é sal colado ao meu ombro
– em carne viva –
quando todos os tendões prendem todos os poemas e palavras.
Até que a loucura de dois corpos em chama se apague.
E tudo é breve.
Tudo é breve e só a memória dos teus lábios sobrevive.
Só a memória de um fogo incapaz:
um corpo que pulsa rendido, a tua pele branca
– pálida de incertezas –
um corpo afogado na confusão das areias.
Só o tempo se repete.
.
.
Ficaste a saber que o mundo também dorme,
que o mundo também dorme
e só a tua pele apaga as luzes da cidade.
Quando a tua cabeça é sal colado ao meu ombro
– em carne viva –
quando todos os tendões prendem todos os poemas e palavras.
Até que a loucura de dois corpos em chama se apague.
E tudo é breve.
Tudo é breve e só a memória dos teus lábios sobrevive.
sexta-feira, abril 1
another picture of my own
(to those who live in my heart)
again
a tear drop is flying away;
when i move
my soul is the absence
and there is no reason for this
just a folded heart and an empty pocket
praying for refilling;
when i move
there's always a bird singing
the sounds of nothing;
i can say - my hands
will be always waiting for yours
and my eyes
can always reach yours;
and suddenly
i find love this strange thing between us
which will always keep us together.
(to those who live in my heart)
again
a tear drop is flying away;
when i move
my soul is the absence
and there is no reason for this
just a folded heart and an empty pocket
praying for refilling;
when i move
there's always a bird singing
the sounds of nothing;
i can say - my hands
will be always waiting for yours
and my eyes
can always reach yours;
and suddenly
i find love this strange thing between us
which will always keep us together.